O Dia da Imprensa, celebrado no Brasil em 1º de junho, é uma data de grande importância para refletirmos sobre a trajetória e a relevância deste quarto poder ao longo da história nacional. Esta data não apenas celebra o papel crucial da imprensa no desenvolvimento social e político do país, mas também serve como um momento de introspecção sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelo setor. A partir de uma perspectiva histórica e crítica vemos a gênese da comemoração, a importância da imprensa no passado brasileiro, os problemas atuais de corrompimento e a esperança por um futuro de restabelecimento da confiança pública.
Charge de 1889 de "A Plateia", 1889, de Quintino Bocaiuva sobre "Manifesto Republicano" - Foto: Acervo Iconographia |
A origem
O Dia da Imprensa foi instituído no Brasil em 1999 por meio da Lei nº 9.831, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Esta data foi escolhida em homenagem à primeira publicação do jornal "Correio Braziliense", fundado por Hipólito José da Costa em 1º de junho de 1808. O "Correio Braziliense", embora publicado em Londres, foi pioneiro na crítica ao regime colonial português e na disseminação de ideais libertários, influenciando profundamente o cenário político brasileiro da época.
A imprensa no Brasil tem desempenhado um papel vital desde os seus primórdios, atuando como catalisadora de mudanças sociais e políticas. No século XIX, a imprensa foi fundamental para a propagação das ideias de independência, liberalismo e abolicionismo. Durante o período imperial, jornais como "O Paiz" e "Gazeta de Notícias" foram essenciais na articulação de debates sobre a monarquia e a República, contribuindo para a formação de uma opinião pública crítica e informada.
A imprensa no Brasil tem desempenhado um papel vital desde os seus primórdios, atuando como catalisadora de mudanças sociais e políticas. No século XIX, a imprensa foi fundamental para a propagação das ideias de independência, liberalismo e abolicionismo. Durante o período imperial, jornais como "Jornal do Commercio" e "Gazeta de Notícias" foram essenciais na articulação de debates sobre a monarquia e a República, contribuindo para a formação de uma opinião pública crítica e informada. Jornais como "O Paiz" defendiam a República, enquanto publicações como "A Semana" e "O Monarchista" apoiavam a monarquia, representando as diferentes facções e contribuindo para o pluralismo do debate político. A diversidade de opiniões presente na imprensa da época foi desenvolveu de uma sociedade mais democrática e consciente de suas escolhas políticas.
No século XX, a imprensa continuou a ser um bastião da democracia, denunciando abusos de poder e promovendo a transparência governamental. Durante a institucionalização do governo executivo por militares eleitos indiretamente (1964-1985), jornais e revistas como "O Pasquim" e "Folha de S.Paulo" desempenharam um papel crucial na resistência às políticas governamentais, ainda que enfrentando censura e repressão. Por outro lado, veículos como "O Globo" e "Correio da Manhã" apoiavam as medidas governamentais para fazer frente à ameaça real e iminente de grupos terroristas e criminosos de insurgência comunista, financiados por grupos criminosos internacionais ligados às revoluções comunistas em países da América do Sul e Central.
O corrompimento da imprensa na atualidade
Infelizmente, nas últimas décadas, temos assistido a um preocupante declínio na confiabilidade da imprensa brasileira. Diversos fatores contribuíram para este fenômeno, incluindo a concentração dos meios de comunicação em conglomerados econômicos, a influência de interesses políticos e empresariais e a disseminação de notícias falsas (fake news) pela própria imprensa tradicional, que frequentemente se envolve em práticas sensacionalistas e parcialidades.
Adicionalmente, a comercialização do jornalismo tem sido marcada pela participação extensiva de verbas governamentais direcionadas aos grandes players da imprensa e da mídia cultural. Essas verbas, muitas vezes desviadas de serviços públicos essenciais, têm sido utilizadas como meio de propina para direcionar a cobertura midiática e influenciar a opinião pública. Esta prática não apenas compromete a independência editorial, mas também representa um vasto desvio de recursos públicos que deveriam ser destinados à saúde, educação e infraestrutura.
Além disso, a imprensa tem participado ativamente na tentativa de censura da voz ativa da população nas mídias sociais, negando até mesmo a natureza libertária outrora base dos movimentos que pediam a informação livre e o fim da censura. Esse fenômeno evidencia uma contradição fundamental, onde aqueles que antes lutavam contra a censura agora contribuem para a restrição da liberdade de expressão.
Irineu Marinho, fundador dos jornais "A Noite" e "O Globo" - Foto: Bastos Dias/Acervo Roberto Marinho |
A esperança por uma imprensa confiável
Apesar dos desafios contemporâneos, é imperativo nutrir a esperança de um futuro onde a imprensa recupere sua credibilidade e cumpra novamente seu papel de informar com precisão e imparcialidade. Iniciativas de jornalismo investigativo independente, o fortalecimento de regulamentações que assegurem a transparência e a ética na prática jornalística, os meios alternativos de informação, como as redes sociais, e a educação midiática do público são passos importantes nesse caminho.
Adicionalmente, é fundamental que a imprensa retorne às suas raízes, cessando sua sanha pela censura da voz livre das pessoas e apoiando o fim da censura velada existente no país. Somente assim poderemos reconstruir uma relação de confiança entre a mídia e a sociedade, baseada na verdade e na liberdade de expressão.
Conclusão
O Dia da Imprensa é uma ocasião para celebrarmos as conquistas históricas do jornalismo no Brasil e reconhecermos sua importância na defesa da verdadeira democracia e dos verdadeiros direitos humanos, na defesa pela plena liberdade da população e do respeito às pessoas que trabalham e constróem o país, mesmo ante a tirania da falsa democracia, a tirania da defesa do atual sistema governamental que apoia a bandidagem e a corrupção e da ditadura velada instituída desde as eleições presidenciais de 2022. Ao mesmo tempo, é um momento para refletirmos criticamente sobre os desafios que enfrentamos atualmente e renovar nosso compromisso com a busca por uma imprensa livre, ética e confiável. Que a lembrança do legado de pioneiros como Hipólito José da Costa e Irineu Marinho nos inspire a construir um futuro onde a informação verdadeira e responsável prevaleça, fortalecendo assim os alicerces de uma sociedade justa e democrática.
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