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Eu estou há muitos dias pensando se escreveria ou não este artigo de opinião. O assunto é extremamente espinhoso, e por isso estive extremamente reticente se valeria a pena escrevê-lo, até considerar que vale a pena mostrar o quão difícil é a mineração de antiguidades para um museu.

Dentre as diversas formas de busca de peças para o museu, uma das mais comuns é, como o esperado, comprar de pessoas que não usam mais os antigos computadores e videogames. O mais comum, até posso dizer que tem um componente de certo grau de tristeza, são aparelhos que fizeram a história junto de seus donos que, infelizmente, partem deste mundo e deixam suas lembranças com a família. Estas peças são aquelas muito especiais, possuem história. História e lembranças devem ser preservadas, como esta recente sobre o TK85 do Engenheiro Flávio Kiehl ou sobre meu primeiro computador.

Ainda que traga saudades aos familiares e muito orgulho de poder contar essas histórias, nem sempre a mineração de clássicos é uma atividade prazeirosa, sempre existem pessoas que conseguem atrair aquela núvem de malefícios sobre sua cabeça.

Mineração de aparelhos eletrônicos antigos não é uma atividade fácil, as pessoas que têm os aparelhos muitas vezes não possuem noções de valores, mesmo porque não existem, de fato, referências de valores que possam ser usadas, enquanto existem outras pessoas não querem vender, o que eu respeito. O tratamento e abordagem das pessoas sempre deve ser cuidadosa, muitas vezes a pessoa, por não ter noção do valor, pode pedir um valor táo baixo que até mesmo nós buscamos muita informação para entender este preço baixo; em outras situações, esmagadoramente mais comuns, as pessoas pedem valores exorbitantes em uma percepção equivocada de que "o que é antigo é raro então deve ser caro". Existe, de fato, aparelhos cuja raridade tornam o preço bem alto, porém esta raridade tem que ser quase absoluta: um TK85 lacrado na caixa deve valer algumas dezenas de milhares de reais, porque simpresmente é a raridade das raridades, eu mesmo não creio que existam TK85 lacrados na caixa ainda hoje. Por outro lado, um TK85 aberto, usado e cheio de história para contar tem seu valor sentimental, porém obviamente não terá um valor maior do que algumas poucas dezenas de reais.

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Desde que o inventor Louis Le Prince mostrou "ao mundo" o primeiro filme, em 1888, a sétima arte apresenta, de tempos em tempos, rampantes de novidades que assombram as pessoas. O "filme" de Louis, intitulado Roundhay Garden Scene, tinha somente 2 segundos, mas surpreendeu ao mostrar movimento onde antes somente haviam fotos paradas. Filmes sequer existiam até pouco menos de 150 anos atrás, mas a partir de Louis, se tornaram fonte de alegrias e tristezas, esperança e medo, uma profusão de sensações que hoje é comum aos cidadãos do século XXI.

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Este interessante artigo de Alvaro A.L. Domingues, escrito em meados de 1984 para a edição 8 da extinta Revista MicroHobby, lembra que a aspiração dos engenheiros e programadores de criarem um computador inteligente sempre existiu.

No início da era dos computadores pessoais, das décadas de 1970 e 1980, imaginava-se que os computadores poderiam pensar e interagir de forma natural com humanos já no início dos anos 1990. Nada poderia estar tão errado: sabemos hoje que, até mesmo com o advento das últimas tecnologias em Artificial Intelligence, redes neurais e big data, rodando em poderosos hardwares com grande capacidade de armazenamento e velocidade digital, até os computadores atuais continuam sendo, em sua essência, as mesmas máquinas binárias, somente versões melhoradas dos computadores da época da informática a vapor!

Jaldomir S Filho - editor


Tóquio, outubro de 1981. Durante quatro dias de conferência no MITI (Ministério do Comércio e Industria Japonês), os participantes lançaram uma ideia no ar: o computador de quinta geração. Este computador deveria, além de apresentar um conceito de hardware totalmente diferente, imitar a inteligência humana. Quando ele entrasse em funcionamento na década de 90, seria capaz de manipular grandes massas de informações, fazer inferências, aprender com a experiência e, enfim, pensar. Imediatamente após esta conferência, uma verba de 43 milhões de dólares foi destinada para a primeira fase do projeto.

Cabe aqui uma pergunta fundamental para determinarmos se eles terão ou não sucesso em suas pesquisas: PODEM AS MÁQUINAS PENSAR?