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Ainda que não seja uma situação relevante para o museu, resolvi deixar registrado aqui minha experiência com a Dell Computadores. Como não é um assunto sobre nossos queridos vintages, faz parte dos artigos "NewBits" do museu.

A Dell é uma empresa texana fundada no início de 1984, que surgiu logo nos primeiros momentos do IBM-PC, e vem, desde esta época, se especializando em ser, de acordo com informações supostamente confiáveis, a maior empresa de hardware dos EUA.

Porém, descobri a duras penas que nem tudo são flores na vida de um consumidor Dell!

Uso PCs desde o início dos anos 1990, no colégio, e vi a evolução brasileira do PC-XT até os dias de hoje. Passaram por mim marcas como Monydata, Itautec, Juko, franksteins montados com Asus e AsRock, em toda a gama de processadores Intel, Cyrix e AMD. Destes, meu primeiro notebook veio do Japão, um Toshiba Pentium III, lá no início dos anos 2000. Como um bom restaurador, tudo o que eu uso acaba durando muito tempo. Este meu primeiro Toshiba durou mais de 5 anos, em uso constante, com o único problema de não ter o teclado em Português. Quando se tornou insuportável as incompatibilidades do Windows XP, comprei outro notebook no final dos anos 2000, também importado direto: gostei tanto do Toshiba que mandei vir outro, já mais moderno, um AMD topo de linha, que ficou comigo até cerca de 2016. Este segundo Toshiba foi mais difícil de manter: já com qualidade menor do que o meu Toshiba anterior, tive problemas que exigiram troca de peças mecânicas e eletrônicas, além de total ausência de assistência técnica no Brasil, o que me deixou descontente com a marca e pronto a experimentar outra fabricante.

Trabalhando no escritório com máquinas Dell desde 2007, resolvi aderir à marca para representar meu computador pessoal, então adquiri, de meu irmão, um notebook Dell Alienware em 2015. Computador valente, cheio de recursos, já veio "reformado" após a necessidade de trocar as dobradiças da tela, segundo meu irmão, em garantia da Dell, que enviou um técnico até a residência para trocar a tela inteira, em recall, sem custos. Após ele me vender este Dell Alienware, adquiriu outro, um Dell Inspiron 7559, que ficou com ele até ele me vender também: com tela de 11", foi ficando difícil usar o Alienware, então a tela de 15" do Inspiron se tornou mais interessante.

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Mancha na tela
 
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Vazamento para a carcaça
 
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Cristal líquido vazando do display

Pois bem, aqui começa minha saga com este Dell Inspiron 15 7559: cerca de 1 ano depois que comprei de meu irmão, começaram a aparecer bolhas na tela. Bolhas estanhas, não eram manchas pretas, era como se houvesse água dentro da tela. Julgando ser algum tipo de umidade, acionei pela primeira vez a assistência da Dell, fora de garantia. Após alguma conversa, a Dell enviou um técnico em casa e substituiu a tela, que é touch, por um preço módico de menos de 1000 reais, deixando o computador novinho de novo.

Isso ocorreu em 2021, com o notebook já fora da garantia, como dito, porém ainda dentro do período de vida útil estipulada inclusive por lei aqui no Brasil, que é de 10 anos para produtos não perecíveis, período este que o fabricante tem que manter peças de reposição. Pois agora, 2023, a "nova" tela, que tem menos de 2 anos, apresentou novamente bolhas na imagem, com um agravante: descobri que essas bolhas são, de fato, vazamento do cristal líquido do LCD. Além da imagem estar prejudicada, o Notebook está ficando todo melecado de um líquido denso e pegajoso, semelhante a uma cola, que eu tenho que ficar limpando para não penetrar no corpo do notebook e danificar os componentes.

Pois bem, acionei a Dell novamente, informando que o novo display apresentou problema idêntico ao anterior. Desta vez, como resposta única, o atendimento brasileiro da Dell se limitou a dizer que "meu notebook não está na garantia, portanto não efetuará o reparo". Isso é uma situação extremamente irritante: tenho um equipamento completamente funcional, ainda atual em termos de processamento e recursos, porém a Dell se recusa a efetuar a manutenção, mesmo com custo para o proprietário.

Me recusando a jogar fora um equipamento funcional, busquei display de reposição em diversos lugares, até encontrar por importação direta da China, e acabei tendo outra revelação: o display original VAZA MESMO, é uma falha de construção que a Dell simplesmente não se importa porque demora alguns anos para ocorrer. Não é queda, não é mal uso, não há nada que o usuário possa fazer para impedir: o problema simplemsente é uma nova forma de OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA, o aparelho vai apresentar defeito SEMPRE, independentemente dos cuidados que você tenha, simplesmente para você ter que comprar outro.

Estou PROFUNDAMENTE DESAPONTADO com a Dell e essa atitude desleal para com o consumidor. Eu consigo aceitar que determinado aparelho não tenha uso útil em alguns anos, por obsolecência tecnológica, porém JAMAIS admito que o aparelho pare de funcionar e se danifique só porque determinado componente é maifeito, tem baixa qualidade.

Já estou, há algum tempo, percebendo que os museus do futuro não terão exemplares funcionais de aparelhos deste período após os anos 2010: absolutamente todos os objetos construídos pelas empresas simplesmente param de funcionar, não duram, são malfeitos, não farão parte de museus. Isso vai desde pequenos aparelhos até carros. Infelizmente os jovens de aqui a 50 anos perderão esta parte da história!

Pelo menos esta péssima experiência serve para tirar uma dúvida há muito não resolvida: em tela de cristal líquido, o líquido pode escorrer?

Resposta obtida: pode sim. Pior, pode escorrer e também vazar, emporcalhando todo o aparelho, no caso, o Notebook!

Quanto à Dell, sinceramente não tenho certeza se voltarei a comprar algo desta fabricante. Inclusive estou sugerindo a qualquer pessoa que, se for comprar equipamento pensando na durabilidade, pense 10 vezes antes de escolher Dell.

 

 

 

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